O Câncer e as mortes evitáveis

Há 20 anos, quando comecei meus estudos em medicina, o câncer era uma sentença de morte. Era comum ver as mais diversas reações de pacientes e familiares diante do diagnóstico da doença. O trauma fazia com que as pessoas evitassem o assunto, ignorando qualquer risco ou sintoma. Assim, só se descobria o tumor em fase muito avançada.

Câncer é uma doença que pode ser tratada e, como tantas outras, também pode gerar complicações quando não há tratamento adequado. O câncer tem riscos, sim, mas tem altas taxas de cura quando diagnosticado em fase inicial, normalmente, quando ainda nem há sintomas e nenhum incômodo aparente para buscar ajuda médica.

O dia 4 de fevereiro é dedicado ao Dia Mundial de Combate ao Câncer. Foi definido na Cúpula Mundial Contra o Câncer para o Novo Milênio, em Paris, junto à Carta de Paris, um documento que visa promover a pesquisa, prevenir o câncer, melhorar os serviços aos pacientes, conscientizar e mobilizar a comunidade global para progredir contra a doença.

Viemos de uma sequência de meses coloridos, o Outubro Rosa, o Novembro Azul,  o Dezembro Laranja, como um bom pretexto para falar e debater sobre o que antes era tão evitado. Mas hoje temos algo que anos atrás não existia: mais informação e tecnologia. Mas como é importante a conscientização.

Não faltam alertas nos maços de cigarros e, mesmo assim, o câncer de pulmão ainda tem as maiores taxas de mortalidade por neoplasias. Vemos diariamente pessoas que, sabendo e pertencendo aos grupos de risco, ignoraram as chances da doença, que quando surge causa lesões irreversíveis.

Um simples, indolor e rápido exame de detecção precoce realizado antes do aparecimento dos sintomas poderia mudar drasticamente esta história.

Levar o paciente mais cedo para o diagnóstico nos provou que muitas pessoas podem ser salvas, permitindo ainda uma melhor qualidade de vida ao superar a doença.

Não tenha medo. O câncer é uma doença com grandes expectativas de cura quando detectada a tempo.

Por Dr. Adrian M.S. Schner, cirurgião torácico. 

*Artigo publicado originalmente no Jornal A Notícia, na edição do dia 04/02/2019.

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